quarta-feira, 1 de setembro de 2010

QUAL A RELIGIÃO DE CRISTO?

Jesus não era Cristão.

                                                                                                                     Augustus Nicodemus Lopes


Muita gente pensa que sim. Todavia, a religião de Jesus não era cristianismo. Explico. Jesus não tinha pecado, nunca confessou pecados, nunca pediu perdão a Deus (ou a ninguém), não foi justificado pela fé, não nasceu de novo, não precisava de um mediador para chegar ao Pai, não tinha consciência nem convicção de pecado e nunca se arrependeu. A religião de Jesus era aquela do Éden, antes do pecado entrar. Era a religião da humanidade perfeita, inocente, pura, imaculada, da perfeita obediência (cf. Lc 23:41; Jo 8:46; At 3:14; 13:28; 2Co 5:21; Hb 4:15; 7:26; 1Pe 2:22).

Já o cristão – bem, o cristão é um pecador que foi perdoado, justificado, que nasceu de novo, que ainda experimenta a presença e a influência de sua natureza pecaminosa. Ele só pode chegar a Deus através de um mediador. Ele tem consciência de pecado, lamenta e se quebranta por eles, arrepende-se e roga o perdão de Deus. Isto é cristianismo, a religião da graça, a única religião realmente apropriada e eficaz para os filhos de Adão e Eva.
Assim, se por um lado devemos obedecer aos mandamentos de Jesus e seguir seu exemplo, há um sentido em que nossa religião é diferente da dele.

Quando as pessoas não entendem isto, podem cometer vários enganos. Por exemplo, elas podem pensar que as pessoas são cristãs simplesmente porque elas são boas, abnegadas, honestas, sinceras e cumpridoras do dever, como Jesus foi. Sem dúvida, Jesus foi tudo isto e nos ensinou a ser assim, mas não é isso que nos torna cristãos. As pessoas podem ser tudo isto sem ter consciência de pecado, arrependimento e fé no sacrifício completo e suficiente de Cristo na cruz do Calvário e em sua ressurreição – que é a condição imposta no Novo Testamento para que sejamos de fato cristãos.

Este foi, num certo sentido, o erro dos liberais. Ao removerem o sobrenatural da Bíblia, reduziram o Jesus da história a um mestre judeu, ou um reformador do judaísmo, ou um profeta itinerante, ou ainda um exorcista ambulante ou um contador de parábolas e ditos obscuros que nunca realmente morreu pelos pecados de ninguém (os liberais ainda não chegaram a uma conclusão sobre quem de fato foi o Jesus da história, mas continuam pesquisando...). Para os liberais, todas estas doutrinas sobre o sacrifício de Cristo, sua morte e ressurreição, o novo nascimento, justificação pela fé, adoção, fé e arrependimento, foram uma invenção do Cristianismo gentílico. Eles culpam especialmente a Paulo por ter inventando coisas que Jesus jamais havia dito ou ensinado, especialmente a doutrina da justificação pela fé.

Como resultado, os liberais conceberam o Cristianismo como uma religião de regras morais, sendo a mais importante aquela do amor ao próximo. Ser cristão era imitar Cristo, era amar ao próximo e fazer o bem. E sendo assim, perceberam que não há diferença essencial entre o Cristianismo e as demais religiões, já que todas ensinam que devemos amar o próximo e fazer o bem. Falaram do Cristo oculto em todas as religiões e dos cristãos anônimos, aqueles que são cristãos por imitarem a Cristo sem nunca terem ouvido falar dele.
Se ser cristão é imitar a Cristo, vamos terminar logicamente no ecumenismo com todas as religiões. Vamos ter que aceitar que Gandhi era cristão por ter lutado toda sua vida em prol dos interesses de seu povo. A mesma coisa o Dalai Lama e o chefe do Resbolah.

Não existe dúvida que imitar Jesus faz parte da vida cristã. Há diversas passagens bíblicas que nos exortam a fazer isto. No Novo Testamento encontramos por várias vezes o Senhor como exemplo a ser imitado. Todavia, é bom prestar atenção naquilo em que o Senhor Jesus deve ser imitado: em procurarmos agradar aos outros e não a nós mesmos (1Co 10:33 – 11:1), na perseverança em meio ao sofrimento (1Ts 1:6), no acolher-nos uns aos outros (Rm 15:7), no andarmos em amor (Ef 5:23), no esvaziarmos a nós mesmos e nos submeter à vontade de Deus (Fp 2:5) e no sofrermos injustamente sem queixas e murmurações (1Pe 2:21). Outras passagens poderiam ser citadas. Todas elas, contudo, colocam o Senhor como modelo para o cristão no seu agir, no seu pensar, para quem já era cristão.

Não me entendam mal. O que eu estou tentando dizer é que para que alguém seja cristão é necessário que ele se arrependa genuinamente de seus pecados e receba Jesus Cristo pela fé, como seu único Senhor e Salvador. Como resultado, esta pessoa passará a imitar a Cristo no amor, na renúncia, na humildade, na perseverança, no sofrimento. A imitação vem depois, não antes. A porta de entrada do Reino não é ser como Cristo, mas converter-se a Ele.


Publicado em O Tempora, O Mores, divulgado no Genizah e copiado pro Não vendo a Fé.

A SUSPENSÃO DE UMA PENA DECRETADA

A PARÁBOLA DA FIGUEIRA INFRUTÍFERA.

E dizia esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando; E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar. (Luc 13:6-9).

Figueira - Produz figos, precisa de cuidados especiais quando nova.

A figueira em questão, tinha aproximadamente 9 anos dos quais levaram 3 para crescer, 3 que seus frutos eram considerados impuros segundo a lei de Moisés - Lev 19:3 e 3 que o dono procurava fruto.  Ela roubava nutrientes das outras plantações.

Porque ocupava a terra inutilmente?

A parábola é dirigida a nação judaica. João batista já havia advertido em seu discurso anterior ao de Jesus: “ Agora pois está posto o machado á raiz, toda arvore que não der fruto corta-a e lança ao fogo...”
O texto fala de oportunidade. A figueira estava num lugar favorecido, numa vinha. Ou seja; numa plantação de uvas. Foi plantada em solo fértil.

Três anos sem produzir frutos é prova de esterilidade.

A sentença simboliza o juízo de Deus. Corta-a!

No ocidente as árvores são podadas. No oriente são arrancadas com raiz e tudo.

Há quantos anos Deus espera frutos de nós? Devemos nos preocupar em produzir frutos para Deus antes que uma calamidade nos sobrevenha. Era essa a proposta de Jesus aos Judeus.

A árvore simboliza Israel, povo favorecido por Deus e por muito tempo abençoado. Mostra que como a figueira na vinha, Israel não tinha direito as bênçãos de Deus por sua situação de pecado. Estava em local favorecido não por natureza ou direito, mas pela graça do proprietário e só seria mantida ali se produzisse.

Paulo apresenta argumento semelhante em Romanos quando usa a figura de uma oliveira para mostrar que os judeus eram ramos naturais por promessa nas poderiam ser cortado por sua descrença. Quanto mais os gentios considerados zambujeiros brabos Rm 11:17. Oliveira cheia de espinhos que não dá frutos. Que foram enxertados na oliveira verdadeira e agora gozam de sua seiva.

O próprio Jesus disse: Eu sou a videira verdadeira e meu pai o lavrador...

O destino da figueira e deixado sem resolver. Mas o favor de Deus e a oportunidade estão lá. Basta tomar posse e decidir a dar frutos.

Jó 14 7 -9 diz: “Porque há esperança para a árvore cortada... se envelhecer na terra a sua raiz e morrer seu tronco no pó, ao cheiro das águas, brotará e dará ramos como planta”.

Frutifiquemos,

Em cristo, Rogério Silva.